Eu sei, andamos tão distantes um do outro; nos concedemos tanto espaço que agora, como dois estranhos, nos constrangemos quando estamos sozinhos, mesmo que por um momento... não há nada a dizer, não nos falamos mais pelo olhar, nem nossas vozes são capazes de nos excitar....não nos causamos mais emoções alguma...
Eu sei, quis te fazer feliz e tinha entendido que você gostava de sentir-se solto, livre, sem dar satisfação. Busquei trilhar esse caminho e, mesmo não gostando dele, mas por te ver feliz, acabei aprendendo a andar sozinha também, mesmo estando um ao lado do outro. E agora, já não nos necessitamos mais, já não compartilhamos sonhos e desejos, alegrias e medos... já não somos um.
Estranho, sempre pensei que andar junto era o ingrediente essencial para dar certo. Mas você nunca pareceu certo disto. Ao contrário, sempre buscou se afastar, ter seu espaço, suas coisas, seu modo de ser...
Enfim, hoje aprendi a viver sem você. E você sem mim. Talvez, nem amigos sejamos um dia. Por que? Ora, amigos compartilham, mesmo a distâncias geográficas, sonhos e medos, alegrias e tristezas, sorrisos e lágrimas, desejos e ilusões. Se nós dois não construímos isto um ao lado do outro, que se dirá quando estivermos longe fisicamente??!!
Então, na esperança de trilharmos na Vida e em paz, te convido a rever nossos caminhos e paremos aqui, bem aonde ainda podemos nos olhar, e apertemos as mãos e sigamos nossos caminhos que, agora, sim, será individual, sem constrangimentos e, quem sabe, amigável.
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